INTRODUÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DE CRITÉRIOS

 

A Bibliografia Internacional dos Descobrimentos e Encontros Ultramarinos, por Alfredo Pinheiro Marques, é uma bibliografia em português e inglês sob a forma de ficheiros em computador, permanentemente disponíveis em versões periodicamente actualizadas.

 É acessível para consultas vindas de Portugal ou do estrangeiro, na rede Internet.

 

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA B.D.

 

A Bibliografia dos Descobrimentos abrangerá os livros e artigos de revistas publicados em Portugal e no estrangeiro e que digam respeito à sua área científica, quer Estudos, quer Fontes Impressas. Está apontada para a Expansão Ultramarina Europeia e Portuguesa (séculos XIII-XVIII) e para a História dos Descobrimentos Geográficos em geral e das Técnicas e Práticas Científicas em particular. Incide sobretudo na bibliografia nacional e internacional acerca dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa, complementada com bibliografia sobre as problemáticas congéneres a nível geral, europeu e mundial. Pretende ser um levantamento das obras publicadas sobre os Descobrimentos e Expansão Portuguesa, acompanhado de bibliografia essencial sobre os mesmos temas a nível mundial.

 O objectivo é fornecer aos investigadores portugueses e estrangeiros uma visão do que se tem publicado acerca dos Descobrimentos e Expansão Ultramarina Portuguesa, e não acerca dos Descobrimentos e Expansão Ultramarina Europeia em geral. Por isso as secções gerais não pretendem de maneira nenhuma ser tão completas como as portuguesas, e só foram concebidas como acompanhamentos acessórios e paralelos às problemáticas de âmbito português.

 

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS SOBRE A B.D.

 

Sobre os Descobrimentos e a Expansão Ultramarina Portuguesa era manifesta a necessidade de um instrumento de trabalho como este. Sempre foi por todos sentida, e por alguns notada. Por isso em 1989 nos decidimos a colmatar essa lacuna da Historiografia Portuguesa. Embora não receássemos ser acusados de falta de erudição e exaustividade, devemos no entanto dizer que -- tal como já havia acontecido no livro Alfredo Pinheiro Marques, Guia de História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa. Estudos (Lisboa: Biblioteca Nacional, 1988) -- tentámos (e parece termos conseguido) fazer algo mais completo do que tudo o que até agora existia no meio português e no meio internacional.

 De resto, muitas vezes, não eliminámos alguma bibliografia quase obsoleta, ou de discutível utilidade. Ao contrário do que havia acontecido com o Guia de História dos Descobrimentos…, aqui na B.D. não fizemos selecções e apreciações críticas, e pretendemos incluir todas as obras, mesmo aquelas que consideramos menores ou deficientes no aspecto científico. O público julgará por si.

 Das obras recentes tentámos não esquecer nenhuma das efectivamente úteis e importantes. Esperamos tê-lo conseguido, mas claro que isso pode em alguns casos não ter acontecido. Nesses casos, só nos resta lamentar as nossas eventuais falhas, e desde já pedimos que elas nos sejam comunicadas, e que nos sejam transmitidas críticas e sugestões, para podermos melhorar a Bibliografia no futuro (quer quanto à informação nela incluída, quer mesmo quanto à sua estrutura e funcionamento).

 Trata-se portanto de um trabalho que, sem ser exaustivo, tenta ser completo. Em cada secção e tema apresentamos as obras publicadas, monografias e artigos de revistas ou colectâneas, tentando mostrar um leque variado de visões, quantas vezes contraditórias.

 O que entendemos por um trabalho "exaustivo"? Seria um levantamento que incluisse tudo e não falhasse nada -- o que é obviamente impossível (sobretudo nestas áreas científicas, em que sempre se tem escrito tanto…) e não poderia nunca ser tentado, exigido ou conseguido.

 O que entendemos por um trabalho "completo"? Será um levantamento que inclua tudo o que é importante e não falhe nada do que é verdadeiramente significativo ou marcante na Historiografia dos Descobrimentos, pela sua dimensão ou pela sua qualidade.

 Algumas secções estão neste momento ainda longe de conter todas as entradas que nelas serão introduzidas. Nelas, como em todas as outras, esta é uma obra aberta. E esperamos completar as suas possíveis lacunas, beneficiando das críticas e contributos que aguardamos.

 Damos as referências bibliográficas de maneira uniforme mas simplificada (para que possam efectivamente ser de consulta imediata e eficaz para o público), de um modo geral com o detalhe suficiente para a identificação de cada item (autor, título, lugar de publicação, data). Em muitos casos damos informação mais completa (editor, etc) embora às vezes tal não aconteça. Procuraremos estandartizar estes aspectos no futuro, acrescentando mais informação nos items que estão por enquanto reduzidos aos dados essenciais (ou que possam até estar ainda referenciados de maneira incompleta). Referências como as dos números ISBN e ISSN não são dadas, visto que tal não se justifica numa bibliografia como esta.

 As informações que sobretudo agradecemos por parte dos autores e leitores são as referentes a: 1. "gralhas" de dactilografia, 2. ausências de títulos, 3. títulos tematizados de forma incorrecta ou insuficiente (isto é: não incluídos na secção, ou secções, em que se considera que deveriam estar), 4. duplicações de títulos.

Julgamos que os utilizadores e críticos de boa-fé da B.D. nos irão fazer a justiça de admitir que algum destes problemas ou erros -- mesmo quando existente -- é de somenos importância, perante a dimensão de todo o edifício que construímos. E se esses possíveis equívocos nos forem comunicados de forma rápida e concreta, poderão ser imediatamente ultrapassados, e virão já resolvidos nas versões seguintes da Bibliografia.

 Pela sua própria natureza a B.D. é uma obra que nunca estará terminada, e que, em cada momento, semana a semana, dia a dia, ano após ano, vai sendo enriquecida com novas entradas de items. Em relação a cada novo título (ou grupo de títulos) que é acrescentado, levarão sempre algum tempo os processos de: 1. introdução, 2. revisão, 3. verificação, 4. tematização, 5. integração. Por isso poderá haver demoras bastante variáveis entre o momento da comunicação ou levantamento de um título (ou grupo de títulos) e o momento em que ele efectivamente aparece no fundo geral e fica à disposição do público (não devendo portanto os informadores surpreender-se com esse facto). Pelas normais demoras da introdução, verificação e tematização dos títulos, a versão da B.D. que a cada momento será disponibilizada para o público não estará nunca actualizada até incluir os títulos publicados no ano em curso e nos imediatamente anteriores. Poderá acontecer que alguns títulos desses últimos anos estejam já incluídos, de forma esporádica, mas a disponibilização generalizada e sistemática só será conseguida em relação aos títulos publicados há mais de dois anos atrás (ou às vezes até um pouco mais).

 

OPÇÕES CONCEPTUAIS SUBJACENTES À B.D.

 

Infelizmente, vemos que muitas vezes se continua ainda a fazer bibliografias que são simples e informes listas alfabéticas, ou pouco mais do que isso, com estruturas temáticas inexistentes ou extremamente vagas e elementares, "misturando alhos com bogalhos", como se costuma dizer, e não tendo critérios de arrumação geográficos, cronológicos ou outros. E isso, na prática, torna esses longos róis pouco aproveitáveis como instrumentos de trabalho.

 Claro que é difícil, trabalhoso (e sempre ingrato...), classificar. Mas é preciso fazê-lo. Não é de mais repetir: o essencial em qualquer sistema classificatório, mais que o seu volume, é sobretudo a sua estrutura, evitando misturas como as da classificação zoológica chinesa atribuída a Jorge Luís Borges por Foucault no prefácio de Les Mots et les Choses...

 É preciso tomar decisões, e fazer ( "arriscando nisso a cabeça") opções que irão reflectir e revelar, não só o classificado, mas também o classificador. A nossa é uma bibliografia de historiador, pressupondo opções conceptuais subjacentes. A simples arrumação e periodização do material bibliográfico é já em si todo um programa e uma forma de apresentação crítica.

 Aqui tentámos realmente fazer uma bibliografia temática. Para além do Guia de História dos Descobrimentos…, das bibliografias congéneres e anteriores, como modelos, nem valerá a pena falar, pois a bem dizer elas não existem. As bases de dados disponíveis nas grandes redes internacionais não estão especificamente orientadas para esta área científica. Quanto a bibliografias sob a forma ainda de livros, uma delas, referente ao panorama português, o Catálogo Bibliographico das Publicações Relativas aos Descobrimentos Portugueses, de Z. Consiglieri Cardoso, é uma simples lista alfabética, sem qualquer ordenação e apresentação temática, além de que, naturalmente, está mais que ultrapassada, pois só inclui obras publicadas até 1912. A outra, referente ao âmbito internacional, Travaux pour l'Histoire des Grands Voyages et Grandes Découvertes. Bibliographie (1912 - 1931) (ed. Eugène Déprez), embora já tenha uma arrumação por assuntos (apesar de tudo rudimentar e deficiente), está também ultrapassada e sofre de insuficiências várias, sobretudo acerca do panorama português. Para além disto só havia os capítulos de "Bibliografia" de algumas grandes obras, nalguns casos de boa qualidade.

 Como modelo da Bibliografia dos Descobrimentos baseámo-nos no atrás citado Guia de História dos Descobrimentos… de Alfredo Pinheiro Marques. A arquitectura temática é muito semelhante (embora com algumas transformações e afinamentos). O volume da informação é que é, naturalmente, mais amplo (e, sobretudo, passível de ser continuamente ampliado).

 Para além da demorada e trabalhosa recolha e análise do material bibliográfico (efectuada ao longo dos anos) a nossa grande aposta (quiçá o único mérito deste trabalho, se algum houver) foi essa criação e optimização progressiva da estrutura do ficheiro, que sucessivamente fomos afinando ao contacto com o material bibliográfico no seu volume e na sua diversificação -- assim desenvolvendo as atrás referidas opções conceptuais subjacentes. Na discussão e afinação desta estrutura temática contámos com o precioso conselho do nosso querido Mestre e Amigo Professor Luís de Albuquerque (durante os anos de 1988-1989).

 Alguns reconhecimentos -- homenagens, e honrosas colaborações -- têm-nos sido prestados, fazendo justiça à importância e à qualidade do projecto a que nos abalançámos e que realizámos. Limitar-nos-emos a citar aqui um ou dois desses reconhecimentos, quer do estrangeiro, quer de Portugal. O Professor Charles Ralph Boxer, o grande especialista da História da Expansão Ultramarina Portuguesa, deu-nos a honra de prefaciar esta base de dados, no ano de 1992 (antes do seu lançamento ao público, realizado em 25.11.1992, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, com a presença de S.E. o Presidente da República Portuguesa). Escusado será dizer que ficámos muito honrados com este generoso prefácio escrito pelo grande Historiador que tanto admiramos, prefácio esse que para sempre ficará impresso na abertura da B.D.. No princípio de 1994, a Marinha Portuguesa, através da sua Comissão Cultural e da sua Biblioteca Central de Marinha, pela voz e pela pena do seu Director, Alm. Vítor Crespo, contactou-nos e solicitou-nos não só o acesso à utilização da nossa base de dados mas também a possibilidade de a sua própria informatização bibiliográfica (dos títulos existentes na sua Biblioteca Central de Marinha, em Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos) ser feita com a utilização dos nossos critérios de indexação e da nossa estrutura temática (ligeiramente adaptada), e com o acompanhamento e supervisão do coordenador da B.D. Escusado será dizer que não recusámos essa solicitação -- pelo respeito que nos merece a Marinha Portuguesa, como herdeira da tradição portuguesa no Mar.

 Nós criámos um sistema classificatório dos Descobrimentos e Expansão Ultramarina, através da sua bibliografia. Fazemos votos de que não seja um mau sistema (isto é: de que possa em alguma medida funcionar e ser útil, pois é isso o máximo a que pode aspirar qualquer sistema na sua época).

 E congratulamo-nos por a realidade estar a revelar que esse nosso contributo foi efectivamente útil, e muitas das opções conceptuais subjacentes à nossa Bibliografia -- muitos dos nossos critérios de compartimentação, temáticos, geográficos, e cronológicos, que introduzimos e/ou vulgarizámos, tornaram-se já tradicionais (em poucos anos!), e transformaram-se em verdadeiros lugares comuns na Historiografia Portuguesa.

 

INTRODUÇÃO À ESTRUTURA TEMÁTICA DA B.D.

 

A Bibliografia dos Descobrimentos é acessível através de vários níveis, permitindo a escolha pelo utilizador. A primeira opção é entre E. ESTUDOS e F. FONTES. Veja-se o que a seguir dizemos sobre a parte de FONTES. A parte de ESTUDOS é constituída por quatro partes, hierarquizadas do geral para o particular: I. Expansão Europeia e Encontros Ultramarinos, II.Expansão Portuguesa e Encontros Ultramarinos, III. Descobrimentos Geográficos Portugueses, IV. Técnicas e Práticas Científicas nos Descobrimentos Portugueses.

Numa estrutura hierárquica de informação estas partes incluem-se (e desenvolvem-se) umas às outras. Dentro de cada uma delas há secções, subsecções, etc., também do geral para o particular, incluindo-se igualmente (e desenvolvendo-se) umas às outras. Cada uma destas partes está concebida para funcionar como um todo, de que a parte seguinte, mais especializada, é uma secção. Existem remissivas (que no entanto não pretendem esgotar as formas de relacionação que o utilizador poderá, e deverá, desenvolver por si próprio, entre as diversas rubricas). Os índices dos diversos níveis funcionam como guias da desmultiplicação de todas as secções, desde o geral ao particular. De um modo geral os critérios de arrumação e periodização utilizados são: 1?b0; o geográfico; 2?b0; o cronológico; 3?b0; o temático; e somente dentro de cada subsecção, ou sub-subsecção, etc., o alfabético.

 Tal como já atrás foi enfatizado, devemos aqui repetir que a parte referente à Expansão Europeia não pretenderá em princípio ser tão completa como as portuguesas no que diz respeito ao seu volume de informação. No que diz respeito à sua estrutura, ela é, no entanto, semelhante (para permitir uma mais fácil e rápida consulta conjunta e comparação). Ela só pretenderá ter um valor e utilidade acessórios e gerais, para confronto com as referentes aos Descobrimentos e Expansão Portuguesa. Por outro lado, as obras respeitantes ao panorama português não são citadas nas secções da parte geral europeia, mas somente, nas suas secções próprias, nas partes portuguesas. Mas existem remissivas de um modo geral apontando mutuamente estas secções gerais e portuguesas.

 Repetimos: esta é uma Bibliografia analítica, com base em opções científicas e historiográficas prévias (da responsabilidade de quem criou o projecto), cuja apresentação e fundamentação são pré determinadas e condicionam a consulta.

 Um aviso inicial deve ser feito. Como qualquer historiador facilmente notará, usando uma linguagem técnica que lhe é familiar, quando aqui nos referimos a Fontes Impressas queremos dizer documentos e textos coevos (manuscritos ou impressos) dos séculos XIII-XVIII, mas só os que tenham sido editados agora na Época Contemporânea (nos séculos XIX-XX) em edições críticas (ou até, às vezes, menos críticas). Com efeito, o que referenciaremos aqui serão essas edições contemporâneas (quando existirem, e só na medida em que existirem) e não quaisquer edições antigas (dos séculos XV-XVIII), nos casos em que eventualmente se tratou de obras que foram impressas. Por outras palavras: a B.D. não é uma bibliografia de Livro Antigo. As obras impressas dos séculos XV-XVIII (tal como as manuscritas da mesma época) só são incluídas na nossa Bibliografia se tiverem sido depois editadas na Época Contemporânea.

 O âmbito cronológico dos items bibliográficos aqui referenciados vai portanto restringir-se somente às obras publicadas nos séculos XIX e XX. Naturalmente -- uma vez que nos competirá agora seguir um critério de historiador e não de bibliotecário -- iremos depois convenientemente distinguir as que são "Estudos" e as que são "Fontes" (apesar das naturais dificuldades que isso sempre implica, mas que assumiremos e ultrapassaremos, usando critérios de historiador).

 A propósito das Fontes é necessário porém deixar agora aqui uma nota importante. Na primeira fase da vida da B.D. apresentámos o levantamento da bibliografia existente somente a nível de Estudos (obras de síntese e de investigação), e, deliberadamente, não incluímos quaisquer referências de Fontes (fontes impressas). Nessa fase as obras desse tipo (colectâneas de documentos ou edições críticas de fontes arquivísticas ou narrativas, como por exemplo os Descobrimentos Portugueses… de Silva Marques, os Monumenta Henricina, os Documenta Indica, ou a Documentação para a História das Missões do Padroado Português… etc) não eram portanto passíveis de ser na B.D. encontradas. Mas sempre deixámos claro que elas seriam acrescentadas mais tarde, completando a estrutura dual da Bibliografia dos Descobrimentos.

 Como já dissemos, a B.D. surgiu no seguimento -- e manteve muitas das características -- do Guia de História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa. Estudos (Lisboa: Biblioteca Nacional, 1988) de Alfredo Pinheiro Marques, com prefácio de Vitorino Magalhães Godinho. Esse livro foi preparado e dedicado à memória do grande historiador português Jaime Cortesão, no ano do seu centenário -- em 1984 (embora depois só viesse a sair a público em 1987-1988). A publicação então feita quis limitar-se aos Estudos, não incluindo as Fontes Impressas. O trabalho paralelo de levantamento das Fontes deveria ter sido então apresentado por um determinado colaborador do Ex?b0;. Senhor Prof. Doutor Vitorino Magalhães Godinho, colaborador esse que para tal tarefa ficou comprometido. Mas, uma vez que tal colaborador não cumpriu, veio a ser publicada em 1988 somente a bibliografia autónoma de Estudos. Entretanto, passaram todos estes anos -- onze anos (desde 1984 até 1995) -- mas a Bibliografia das Fontes Impressas dos Descobrimentos continua por fazer. Nestas condições, e uma vez que entretanto houve uma polémica pública acerca destes assuntos, em que quem não foi capaz de fazer se permitiu ter o atrevimento de tentar criticar quem fez (situação infelizmente tão típica, em Portugal) o autor destas linhas e responsável pela agora publicada Bibliografia dos Descobrimentos lançou na comunidade científica em 1990 um convite e um desafio público para que fosse finalmente produzido aquilo que faltava e em relação ao qual havia um compromisso. Na mesma ocasião, afirmou o autor destas linhas que concederia ainda alguns anos mais, para esse efeito -- e só se nada fosse feito acabaria por preparar ele próprio a parte de Fontes Impressas da Bibliografia dos Descobrimentos.

 Por isto a parte de Fontes da B.D. não foi desde logo apresentada. Mas ficou claro que iria ser também realizada por nós, mais tarde ou mais cedo, no momento em que acabasse o prazo concedido. Ficou claro que, se quem tinha obrigação de fazer não fizesse nada -- passados tantos anos (quando estivesse mais do que demonstrada a sua incapacidade) -- nós iríamos acabar por disponibilizar para o público a parte de Fontes da B.D. (que entretanto temos efectivamente preparado, ao longo dos últimos anos).

 

CARACTERÍSTICAS E METODOLOGIA

 DE CONSULTA DA B.D.

Um esclarecimento deve ser feito: tal como já acontecia com o Guia de História dos Descobrimentos… a B.D. é sobretudo um "repertório do publicado", e não um "guia do útil". De um modo geral sobre cada rubrica cita-se o que foi publicado concretamente sobre ela (monografias e artigos específicos), e não outras obras, mais gerais, que sobre ela possam ser utilizáveis. Isto é: a propósito de qualquer problema mais específico não se citam na sua sub-secção própria e específica todas as obras que sejam mais gerais mas que incluam elementos de interesse para esse problema específico. Essas obras mais gerais vêm antes citadas nas suas secções próprias, de âmbito mais geral, que devem ser primeiro consultadas.

 Algumas excepções são no entanto feitas, pois certas obras gerais contêm partes ou capítulos que se cotam como o que de melhor foi escrito sobre um qualquer problema específico. Mas trata-se realmente de excepções -- motivadas pela valia excepcional das obras -- pois de um modo geral cada uma foi somente citada no seu lugar: as gerais nas secções mais gerais, as específicas nas subsecções mais específicas. Claro que o mesmo livro é às vezes introduzido em várias secções, quando a elas possa dizer respeito.

 As excepções que atrás referimos não foram muitas, mas é evidente que, além de citarmos em bloco nas secções mais gerais, quisémos citar também em subsecções específicas quando se tratou de obras excepcionais como, por exemplo, Civilisation Matérielle, Économie et Capitalisme de Fernand Braudel, ou Os Descobrimentos Portugueses, de Jaime Cortesão, ou a História dos Descobrimentos Portugueses de Damião Peres, ou Os Descobrimentos e a Economia Mundial, de Vitorino Magalhães Godinho, ou a Introdução à História dos Descobrimentos, de Luís de Albuquerque, e algumas mais. Da mesma maneira, citámos artigo por artigo as miscelâneas e colectâneas de autor (por exemplo a História dos Descobrimentos, de Duarte Leite, ou a Náutica dos Descobrimentos, do Alm. Gago Coutinho), as actas de congressos (por exemplo as Actas do Congresso Internacional de História dos Descobrimentos, de 1961) e as obras gerais em colaboração (por exemplo a História Geral da Civilização Brasileira, dirigida por Sérgio Buarque de Holanda, ou a História da Colonização Portuguesa do Brasil, dirigida por Carlos Malheiro Dias).

 Os critérios da arrumação do material bibliográfico e da periodização foram às vezes, em alguma (pouca) medida, os tradicionais -- porque as próprias periodizações utilizadas nas obras publicadas o implicavam. Digamos que, aí, tentámos um compromisso com as inovações das opções conceptuais que também introduzimos.

 Usamos abreviaturas e siglas, embora em pouca quantidade, e apresentamos neste manual uma tábua com os seus desdobramentos.

 Sobre os critérios de referenciação utilizados, deveremos aqui dizer algo. Congratulamo-nos com o facto de estar sendo finalmente implantada em Portugal uma norma que pretende substituir a antiga e obsoleta, e que agora acompanha de perto os critérios que são prática corrente (e tendem para a uniformização) no estrangeiro (sobretudo nos meios anglo-saxónicos). Mas, como todos sabemos, não existe ainda no panorama internacional, pelo menos por enquanto, uma identidade absoluta e uma normalização taxativa que obrigatoriamente devam ser aplicadas aos critérios de citação. E, com efeito, eles variam em alguma medida de país para país e até de uma área científica para outra.

 Aqui -- dado que a nossa Bibliografia não é uma Bibliografia portuguesa, e sim uma Bibliografia internacional -- optámos por tentar seguir o mais possível a actual norma portuguesa, mas num ou noutro aspecto não o quisémos fazer, e preferimos manter ainda, pelo menos por enquanto, alguns métodos antigos, sobretudo quando nos pareceu que assim melhor poderíamos evitar equívocos ou ambiguidades, e dar uma informação mais precisa e exacta para o utilizador. Digamos que o princípio foi o de tentar realmente homogenizar e simplificar, excepto quando tal poderia levar (ou nos pareceu que poderia levar) a uma maior equivocidade para o leitor. Aí, preferimos manter formas de citação mais antigas, mais casuísticas e menos normalizadas, pois pareceu-nos que esse excesso de informação (e de trabalho da nossa parte!) iria significar uma maior comodidade e uma menor probabilidade de equívoco para o utilizador. Um exemplo disto foi termos querido manter a indicação de vol. ou de nr., ou a disparidade entre numeração romana e algarismos, conforme é utilizada nas diferentes publicações periódicas, caso a caso.

 Também num ou noutro aspecto secundário -- por exemplo introduzir o sinal : onde ele não existe, para separar o título e o subtítulo de uma obra -- não quisemos realmente por enquanto seguir essa nova norma, por tal nos parecer bastante discutível. Mas em quase todos os aspectos, sobretudo nos mais importantes e básicos, seguimos os seus ditames.

 No geral, seguimos critérios que nos pareceram bastante óbvios e universais, tentando encontrar denominadores comuns (da variedade) daquilo que internacionalmente vemos fazer.

 Tentámos um critério de razoabilidade (que é aquilo que sempre nos parece mais importante e operativo, no meio de toda a espécie de relativismos). Uma coisa nos parece indubitável (e é o mais importante): os critérios que seguimos, apesar de quaisquer pequenas e eventuais discrepâncias em relação a uma qualquer normalização, serão facilmente compreensíveis e intuitivamente utilizados pelo público de qualquer nacionalidade.

 Lamentamos que, às vezes, devido à maneira como a informação sai para a rede -- para poder ser facilmente acessível a qualquer hardware e qualquer software -- não vão chegar ao utilizador os caracteres especiais (com acento, til, cedilha, etc) ou os tipos de letra desejáveis (itálico, etc).

Tal como aconteceu com o objecto a que diz respeito, a B.D. incide sobretudo nos séculos XV, XVI, XVII e, menos, no XVIII ou no XIV. Algumas áreas estão um pouco mais desenvolvidas que outras, sobretudo a História das Técnicas e das Práticas Científicas nos Descobrimentos (que mereceu uma parte autónoma na arquitectura geral) ou a História da Colonização Portuguesa do Brasil (que implicou um pouco de alargamento para os séculos XVII-XVIII, e que tem um maior número de entradas e é um exemplo da ramificação que no futuro poderá também ser feita de outras áreas, como as da Índia, ou das Ilhas Atlânticas, etc). Talvez isso se deva ao facto de essas duas áreas da História das Técnicas e Práticas Científicas e da História do Brasil Colonial serem os campos de especialização do autor e coordenador deste projecto, mas talvez esse maior e melhor tratamento se justifique, no primeiro caso devido à reconhecida importância do assunto e à real abundância e qualidade das obras sobre ele; no segundo caso, devido ao facto, que ninguém certamente negará, de ser o País Irmão o mais significativo resultado da expansão portuguesa e a mais valiosa dádiva de Portugal ao mundo. Como Jaime Cortesão gostava de repetir: a aventura quatrocentista e quinhentista dos descobrimentos oceânicos continuou no século XVII nos sertões brasileiros.

 

PREPARAÇÃO E ACTUALIZAÇÃO DA B.D.

 

A primeira sede operacional da B.D. esteve desde a sua criação localizada nas instalações de Coimbra do Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga, pertencente ao Instituto de Investigação Científica Tropical e anexo à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Aí permaneceu até 1992, data do falecimento do Professor Luís de Albuquerque. A equipa de realização nesta primeira fase foi constituída por: Alfredo Pinheiro Marques, António Fernando Tavares Lopes, Maria da Graça Pericão, João Maria Diogo. Em 1993 Diana Helena dos Santos Alves começou também a colaborar com o projecto.

 Actualmente, por razões de logística e por razões de Homenagem à Memória do grande Historiador da Náutica, a sede operacional da B.D. encontra-se sediada no Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque, na Figueira da Foz.

 

Com vista à permanente actualização e alargamento da Bibliografia dos Descobrimentos, agradece-se toda a informação acerca de obras, editoras e instituições relacionadas com actuais e futuras publicações sobre estas matérias.

 Toda a correspondência com este fim poderá ser endereçada para:
 

Alfredo Pinheiro Marques, Faculdade de Letras

Universidade de Coimbra, 3049 COIMBRA Codex -- PORTUGAL

 

Agradecemos que quaisquer críticas e sugestões com vista a afinações e melhorias desta Bibliografia nos sejam comunicadas, para as podermos ter em conta.

 

CONDICIONALISMOS E DIFICULDADES

 DA PREPARAÇÃO DA B.D.

 

É longa a lista das pessoas e instituições a que devemos agradecimentos e que de várias maneiras nos deram ajudas ou de qualquer outra forma conosco cooperaram -- ou estão cooperando -- na preparação deste projecto.

 No período de preparação inicial, nos anos de 1987-1989, foram dados pareceres ou emitidas opiniões favoráveis acerca deste projecto por vários grandes Mestres e Historiadores, os maiores nas suas especialidades, cuja opinião muito nos honrou, e desejamos agradecer -- nomeadamente os Professores Luís de Albuquerque (FCTUC), Luís Ferrand de Almeida (FLUC), Salvador Dias Arnaut (FLUC), Vitorino Magalhães Godinho (FCSH-UNL).

 Durante os anos 1988-1991 a instalação da sede de trabalho operacional da Bibliografia dos Descobrimentos nas dependências de Coimbra do Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga, pertencentes ao Departamento de Matemática da FCTUC, foi possível devido às boas vontades dos sucessivos Presidentes do Conselho Directivo do Departamento de Matemática da FCTUC, Exos. Senhores Professor J.A. Fernandes de Carvalho e Professor José Lourenço Vitória, boas vontades essas que agradecemos, tal como agradecemos a atenção do Ex?b0;. Senhor Presidente do Instituto de Investigação Científica Tropical, Professor J.A. da Cruz e Silva, e do Ex?b0;. Senhor Director do Departamento de Ciências Económicas, Históricas e Sociológicas desse Instituto, Professor Luís de Albuquerque. Estes foram os dois responsáveis do IICT que manifestaram simpatia para com este projecto.

 Escusado seria dizer que desejamos sobretudo agradecer o apoio que, desde a primeira hora, foi dado ao projecto pelo nosso querido Mestre e Amigo Professor Luís de Albuquerque -- a quem tivemos a honra de dedicá-lo ainda em vida (no ano de 1989).

 O Professor Charles Ralph Boxer -- o maior especialista da História da Expansão Ultramarina Portuguesa -- quis dar-nos a honra de prefaciar este trabalho, no ano de 1992.

 A Bibliografia dos Descobrimentos foi inaugurada em 25.11.1992 por Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, Doutor Mário Soares, no âmbito das Comemorações do VI Centenário do Nascimento do Infante Dom Pedro -- centenário esse que, infelizmente, por outros foi deixado passar tão despercebido a nível nacional, não ficando ainda neste século saldada a dívida que Portugal tem para com o Regente Dom Pedro incentivador dos Descobrimentos Portugueses e autor do Livro da Virtuosa Benfeitoria.

 

Tal como notamos e chamamos a atenção para os apoios e as ajudas que recebemos, não deveremos igualmente deixar de notar, e chamar a atenção, para as incompreensões, dificuldades, e mesmo más vontades, que nos foram criadas. Realizámos o projecto inicial da Bibliografia dos Descobrimentos em Coimbra nas instalações da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, beneficiando do apoio do Professor Luís de Albuquerque, porque não nos foram dadas condições para o realizar noutro local.

 A Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, nos seus inícios, no ano de 1988, quis inscrever no seu programa a criação desta Bibliografia, assim contribuindo para a tornar possível -- mas não veio depois, ao longo dos anos seguintes, a dar-lhe qualquer apoio concreto (mesmo quando solicitado).

 No ano de 1990, até em notícias de jornal como a do semanário Expresso, de 13.01.90, esta base de dados bibliográfica foi apresentada como um dos grandes projectos que estavam a ser preparados com o apoio da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos, e que justificavam a própria existência dessa Comissão Comemorativa. Chegou-se a escrever aí, sob o título de DESCOBRIMENTOS AVANÇAM, que (…) Encontra-se praticamente acabada a informatização da bibliografia relativa aos Descobrimentos. É um trabalho tão discreto como indispensável. As funções da Comissão não são necessariamente espectaculares (…) [sic].

Até o material informático inicial, embora oferecido e pago pelos CTT, foi comprado através da Comissão dos Descobrimentos. No entanto, ao longo dos anos seguintes -- e até hoje (1989-1995) -- essa Comissão não deu para a Bibliografia dos Descobrimentos qualquer apoio efectivo (de seu não deu nem um centavo, nem uma disquette, nada…). Não deu sobretudo quando isso foi necessário, e quando foi instantemente pedido, por causa das dificuldades criadas pelos problemas e atrasos das prestações inicialmente devidas pela primeira entidade mecenática, os CTT. Essa Empresa Pública sofreu ao longo dos anos várias alterações internas, mudanças de administração e, por fim, uma cisão. Por isso, cumpriu sempre com grandes atrasos os seus compromissos (problemas que se reflectiram em dramáticas dificuldades para o projecto, que só conseguiu sobreviver devido à teimosia de quem o estava a criar). Quando repetidamente escrevemos à Comissão dos Descobrimentos, pedindo-lhe algumas poucas ajudas para compensar as lacunas dos apoios atrasados ou diminuídos, e pedindo-lhe para interceder junto dos CTT -- enfim, pedindo-lhe para fazer alguma coisa por esta base de dados que inicialmente era também sua -- nunca obtivemos qualquer apoio efectivo. Muitas vezes nem sequer obtivemos qualquer resposta. Outras vezes responderam-nos com declarações afirmativas, reconhecimentos da utilidade e qualidade do projecto. Promessas sempre. Apoios efectivos, nunca nos deram. Escrevemos e pedimos ajuda, para além de outras datas, sobretudo nas seguintes: 30.01.1990; 21.06.1990; 14.10.1990; 26.11.1990; 17.12.1990; 25.02.1991; 16.05.1991; 08.09.1991; 15.10.1991. Responderam-nos em 13.11.1990; 27.05.1991; 18.07.1991; 16.09.1991; 03.10.1991; 23.10.1991. Promessas, sempre. Apoios, nunca.

 Só nos últimos meses de 1991, no seguimento da insistência que nesse sentido sempre mantivemos, e por fim beneficiando da atenção e boa vontade que o Professor Luís de Albuquerque, como Presidente do Conselho Científico da Comissão dos Descobrimentos de então, acabou por vir a ter que dedicar ao assunto (embora contrabalançada pelas evidentes más vontades que então vieram ao de cima) conseguimos que a Comissão dos Descobrimentos se dignasse prestar a sua atenção ao impasse da Bibliografia dos Descobrimentos. Nisto, como em tudo, o Professor Luís de Albuquerque quis sempre dar exemplos da isenção e equidade com que tratava toda a gente, e sobretudo quem lhe era mais próximo e amigo (situação delicada, neste caso ainda por cima agravada pelo facto de se tratar de uma obra que lhe era dedicada a ele próprio, e portanto sobre a qual naturalmente não queria tomar ele mesmo a decisão de qualquer apoio). Mas nem assim a Bibliografia dos Descobrimentos veio a receber qualquer apoio dessa Comissão. Das duas pessoas que em 1991 ficaram encarregadas de elaborar um relatório, uma não veio a Coimbra; a outra veio, mas não procurou falar, nem falou, com o coordenador da Bibliografia, e (perante o testemunho dos funcionários que lhe facultaram o acesso) das quatrocentas e quatorze (414) secções da base de dados… consultou uma (1)… Mas vá lá… não veio a dizer propriamente mal da qualidade do produto… Entretanto o Prof. Luís de Albuquerque faleceu, e nada veio a ter seguimento; nenhum apoio veio a ser dado.

 Procurámos encontrar outros sponsors. Tentámos Bancos, etc. Somámos recusas. O mesmo Banco que nos negou o pequeníssimo apoio que lhe pedíamos para esta base de dados bibliográfica sobre a presença portuguesa no mundo, deu logo de seguida rios de dinheiro para a vinda a Portugal de um conhecido cantor popular estrangeiro, em espectáculo de luxo. Só da empresa informática INFORGAL recebemos a oferta, meritória, de algum material (Julho de 1992).

Apesar de tudo, nós nunca desistimos, e criámos o projecto, e pusemo-lo a funcionar: com a ajuda de quem meritoriamente nos quis ajudar, antes de tudo o Prof. Luís de Albuquerque, e depois também a Reitoria da Universidade de Coimbra -- a cujo Magnífico Reitor, Prof. Doutor Rui de Alarcão e Silva, gostaríamos de agradecer especialmente -- e a empresa INFORGAL, e os CTT (que inicialmente estavam comprometidos a apoiar o projecto, e que efectivamente vieram a manter algum apoio, embora diminuindo-o em relação ao que já antes tinham dado), e depois a Telecom Portugal, e mais tarde a Portugal Telecom.

 Ficámos quase sozinhos mas, apesar de tudo, não desistimos. Com pequenos meios fizemos aquilo que essa Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos, com os seus recursos, gastando rios de dinheiro público, não fez. Escandalosamente, não fez -- durante anos e anos de existência, gastos em insignificâncias luxuosas, discursos, festas, cortejos, viagens, e folclores comemorativos: publicando catálogos e catálogos de exposições sobre Arte (luxuosos, coloridos, brilhantes, cada um mais luxuoso, a-sistemático, e insignificante, do que o anterior). E não preparando nem publicando nenhum instrumento de trabalho, daqueles que são básicos, ficam para sempre, são úteis à comunidade científica, e marcam uma época. Essa Comissão do Estado português não fez. E por isso fizemos nós este mais útil e mais básico de todos os instrumentos de trabalho: a Bibliografia dos Descobrimentos.

 A partir de 1994, devido a uma meritória atenção e boa vontade por parte das instâncias responsáveis, foi conseguido que fossem ultrapassadas as situações de atraso dos apoios devidos, e a B.D. pôde ser relançada, para retomar o seu funcionamento regular e actualização contínua (e estão a ser recuperados os atrasos e lacunas criadas pelos impasses havidos).

 

Apesar de tudo, o projecto inicial da B.D. pôde sobreviver e ser realizado, e mereceu o apoio inicial dos CTT, sendo de justiça agradecer ao seu Conselho de Administração. Este patrocínio foi assegurado, com vicissitudes várias, nos anos de 1989-1992. A partir de 1993, dada a cisão dos CTT, o apoio à B.D. veio a ser assumido pela Telecom Portugal, e para futuro caberá à Portugal Telecom. Em relação com o desbloqueamento dos atrasos de cumprimento e com a ultrapassagem em tempo útil das indefinições decorrentes das vicissitudes da vida e das cisões destas Empresas, gostaríamos de agradecer a boa atenção de Sua Excelência o Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações no ano de 1994, Eng. Joaquim Ferreira do Amaral, bem como do Conselho de Administração da Telecom Portugal.

 Na ocasião da sua instalação no Centro de Documentação do Centro de Estudos do Mar, e Sala de História Marítima da Biblioteca Municipal da Figueira da Foz (em 1995), a B.D. contou com toda a boa vontade dos Exos. Senhores responsáveis da Presidência e da área da Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz, boas vontades essas que agradecemos na pessoa do Dgmo. Presidente da Câmara Eng. Manuel Alfredo Aguiar de Carvalho.

 

Gostaríamos de agradecer especialmente a uma série de Professores e Investigadores a a muitos Colegas e Amigos de várias partes do mundo, trabalhando ou não em áreas científicas relacionadas com os Descobrimentos Geográficos e a Expansão Ultramarina, e que têm fornecido informação e cooperado conosco de várias formas na criação desta Bibliografia. Para além de muitos outros que seria impossível aqui discriminar, permitimo-nos referir: Guilhermina Mota, Maria Antónia Lopes, Américo da Costa Ramalho, Pedro Dias, António Resende de Oliveira, Maria Filomena Mesquita, Martin A. Kayman, João Paulo Moreira, Zélia Ventura, Maria Armanda de Almeida e Sousa, Isaltina Figueiredo Martins, Vítor Serrão (FLUC, Coimbra); Charles Ralph Boxer (Univ. London); Frédéric Mauro (IHEAL, Univ. Paris III); W.G.L.Randles (E.H.E.S.S., Paris); Ilaria Caraci (Univ. Genova); Luís Filipe Reis Thomaz (Univ. Lisboa); Max Justo Guedes (SDGM, Rio de Janeiro); Demétrio Ramos Perez (CC-SAUV, Valladolid); David Waters (National Maritime Museum, Greenwich); Octávio Lixa Filgueiras (FLUP, Porto); Rodney Shirley (U.K.); Kazutaka Unno (Univ.Osaka); Monique Kervran (CNRS, Paris); Juan Alemany Llovera (Barcelona); István Rákóczi (Univ. ELTE, Budapest); Alberto Vieira, Alícia Abreu (CEHA, Funchal); Richard Barker (U.K.); A. Estácio dos Reis (Bib. Central da Marinha, Lisboa); Nelson Veríssimo (Funchal); Hermann Kellenbenz (München); António Silva Ribeiro (Inst. Hidrográfico, Lisboa); Artur Teodoro de Matos (Univ. Nova de Lisboa); Adelina Carvalho, Gracília do Carmo, José Marques (BMFF).

 

NOTA: Devido a melhorias e alterações que venham a ser consideradas convenientes ou necessárias, qualquer especificação e característica desta Bibliografia e da sua estrutura temática pode ser a qualquer momento modificada, e assim aquilo que está escrito neste Manual poderá vir a já não corresponder exactamente à realidade.

 

ABREVIATURAS UTILIZADAS

 

SIGLAS DE INSTITUIÇõES:

 

ACL - Academia das Ciências de Lisboa, Lisboa.
AECA - Agrupamento de Estudos de Cartografia Antiga, Coimbra-Lisboa.
AGC - Agência Geral das Colónias, Lisboa.
AGU - Agência Geral do Ultramar, Lisboa.
AHU - Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa.
AICP - Academia Internacional de Cultura Portuguesa, Lisboa.
AM - Academia de Marinha, Lisboa.
ANTT - Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisboa.
APH - Academia Portuguesa da História, Lisboa.
BGUC - Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Coimbra.
BL - British Library, London.
BMFF - Biblioteca Municipal Pedro Fernandes Tomás, Figueira da Foz.
BNL - Biblioteca Nacional de Lisboa, Lisboa.
BNP - Bibliothéque Nationale, Paris.
CCP - Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, Paris.
CC-LPGC - Casa de Colón, Las Palmas de Gran Canária.
CC-SAUV - Casa de Colón - Seminario Americanista de la Universidad de Valladolid, Valladolid.
CCVCMIDH - Comissão Executiva das Comemorações do V Centenário da Morte do Infante D.Henrique. CECA - Centro de Estudos de Cartografia Antiga, Lisboa-Coimbra.
CEHCA - Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga, Lisboa-Coimbra.
CEHU - Centro de Estudos Históricos Ultramarinos, Lisboa.
CEMAR - Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque, Figueira da Foz.
CEMM - Centro de Estudos Marítimos de Macau, Macau.
CEN - Companhia Editora Nacional, São Paulo.
CNCDP - Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, Lisboa.
CSIC - Consejo Superior de Investigaciones Científicas, Madrid.
CNRS - Centre National de la Recherche Scientifique, Paris.
CTT - Correios e Telecomunicações de Portugal, Lisboa.
DRAC - Direcção Regional dos Assuntos Culturais, Funchal.
EEHA - Escuela de Estudios Hispano-Americanos, Sevilla.
FCG - Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa-Paris-London.
FCSH-UNL - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL, Lisboa.
FCTUC - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra.
FDUC - Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Coimbra.
FLUC - Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra.
FLUL - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Lisboa.
FLUP - Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto
IAC - Instituto de Alta Cultura, Lisboa.
ICM - Instituto Cultural de Macau, Macau.
ICP - Instituto de Cultura Portuguesa, Lisboa.
ICLP (ou/or ICALP) - Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Lisboa.
IEB-FLUC - Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC, Coimbra.
IFAN - Institut Français de l'Afrique Noire, Dakar.
IHIT - Instituto Histórico da Ilha Terceira, Angra do Heroísmo.
IICT - Instituto de Investigação Científica Tropical, Lisboa.
INCM - Imprensa Nacional/Casa da Moeda, Lisboa.
INIC - Instituto Nacional de Investigação Científica, Lisboa.
IPPAAR - Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico, Lisboa.
IPPC - Instituto Português do Património Cultural, Lisboa.
ISCSPU - Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, Lisboa.
ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Lisboa.
ISIPH - International Seminar on Indo-Portuguese History.
JIU - Junta de Investigações do Ultramar, Lisboa.
JICU - Junta de Investigações Científicas do Ultramar, Lisboa.
MEC - Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro-Brasília.
MRE - Ministério das Relações Exteriores, Rio de Janeiro-Brasília.
NGS - National Geographic Society, Washington DC.
PUF - Presses Universitaires de France, Paris.
RGS - Royal Geographic Society, London.
SDGM - Serviço de Documentação Geral da Marinha do Brasil, Rio de Janeiro.
SEDES - Societé d'Éditions de l'Enseignement Superieur, Paris.
SEVPEN - Societé d'Éditions et Vente des Publications de l'Enseignement Superieur, Paris.
SGL - Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa.
TOT - Meridian / Theatrum Orbis Terrarum, Amsterdam.
UC - Universidade de Coimbra, Coimbra.
UL - Universidade de Lisboa, Lisboa.
UNL - Universidade Nova de Lisboa, Lisboa.
 
 

REVISTAS CITADAS DE FORMA SUMÁRIA:
 

Annales ESC - Annales. Economies, Societés, Civilisations., Paris.
AAPH - Anais da Academia Portuguesa da História, Lisboa.
BAGC - Boletim da Agência Geral das Colónias, Lisboa.
BAGU - Boletim da Agência Geral do Ultramar, Lisboa.
BEDM - Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau, Macau.
BIHIT - Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Angra do Heroísmo.
BIPH - Boletim do Instituto Português de Hong Kong, Hong Kong.
BIVG - Boletim do Instituto Vasco da Gama, Bastorá (Goa).
HAHR - Hispanic American Historical Review, Durham (North Carolina).
HT - HIstory Today, London.
JRAS - Journal of the Royal Asiatic Society, London.
MM -The Mariner's Mirror (International Journal of the Society for Nautical Research), London
TASJ - Transactions of the Asiatic Society of Japan, Tokyo.
THM - T'ien Tsia Monthly, Xanghai.
TPJSL - Transactions and Proceedings of the Japan Society of London, London.
RUC - Revista da Universidade de Coimbra, Coimbra.
RHES - Revista de História Económica e Social, Lisboa.
RPH - Revista Portuguesa de História, Coimbra.

OUTRAS ABREVIATURAS:

 

abrev. - abreviado(a) / abbreviated
Ad. - Almirante / Admiral
Alm. - Almirante / Admiral
cap. - capítulo / chapter
Com. - Comandante / Captain
chap. - capítulo / chapter
ed. - edição / edition
eng. - Inglês(a) / English
esp. - Espanhol(a) / Spanish
facsim. - facsimilado(a) / facsimiled
fasc. - fascículo
franc. - Francês(a) / French
it. - Italiano(a) / Italian
n. - número / number
O.C. - Obras Completas / Complete Works
part. - parte / part
Pe. - Padre / Father
port. - Português(a) / Portuguese
reed. - reedição / new edition
reprint ed. - reimpressão / reprinted edition
rev. - edição revista / revised edition
s.d. - sem data / no date
s.l. - sem lugar / no place
sep. - separata / offprint
ser. - série / series
sq. - e seguintes / and folowing
t. - tomo / volume
thes. dactil. - tese dactilografada / unpublished thesis
trad. - tradução / translation
trans. - tradução / translation
vol. - volume